domingo, 1 de agosto de 2010

Um homem precisa viajar...

Olá pessoal, boa tarde!

Em primeiro lugar, parabéns Bauru!!!!
Gostar de um lugar é do mesmo jeito que amar alguém... você sabe todos os defeitos, mas mesmo assim não desiste! Sinto falta da minha cidade... e hoje, especialmente, sinto falta do sanduíche....

Então, em segundo lugar, deixem-me pedir desculpa pela demora em fazer um novo post... os últimos quinze dias foram corridos, quiz fazer as coisas renderem na faculdade então à noite não tinha cabeça para continuar olhando para o computador.... engraçado, larguei a informática porque não queria ficar na frente do computador o dia todo... hoje estou mais para analista de sistemas do que para dentista... mesmo a minha bancada de pesquisa agora é cheia de telas... quem mandou cuspir pra cima???

Como disse para vocês, semana passada fui fazer uma das viagens que sempre quis fazer. Aliás, por falar nisso, tenho que agradecer à Deus pelas chances dos últimos anos... muitos dos lugares da minha lista estão sendo visitados, sempre com tempo bom e cercado de boas energias... a lua cheia no Bonete e na praia do espelho, o jogo da NBA, o Kennedy Space Center... e egora os fiordes noruegueses e o museu do Fram...Isso mesmo, semana passada peguei um dos famosos vôos low-cost - pouco mais de R$ 100,00 em ida e volta para a Noruega - e fui para Oslo e depois de trem-barco-ônibus até Bergen, no oeste da Noruega.

A minha ida para Oslo tinha destino certo - sempre quis conhecer o museu do Fram, o mais forte navio do mundo. O Fram foi construído no final do século XIX e levou os navegadores mais loucos e preparados do mundo às mais altas latitudes, muito próximo ao pólo norte, e também à conquista do pólo sul, em uma das mais espetaculares aventuras que a humanidade já vivenciou...


O museu é simplesmente indescritível... e entrar nos porões daquele pedaço de história e sentir aquele cheiro de óleo diesel impregnado em madeira foi sensacional. Mais sensacional ainda foi a sensações de ter chegado em mais um dos lugares aonde havia a muito sonhado em chegar! Consegui comprar a famosa biografia do Roald Amundsen, o cara de ferro por trás daquele fantástico navio de madeira, e assim que terminar de ler, posto mais informações sobre essa história.


Oslo realmente me surpreendeu. A cidade é incrivelmente bonita e organizada, e o povo extremamente amigável e prestativo. A vista da ópera e o parque das esculturas (vigelandsparken) fizeram da minha viagem muito mais do que eu esperava. A sexta-feira foi corrida das 7 da manhã as 2 da manhã seguinte, e ficar olhando o céu que nunca escurecia da janela do hotel ocupou o resto da noite.







No sábado fiz um outro passeio que a muito esperava - pegar a estrada de ferro que liga Oslo à Bergen, e que passa por uma das paisagens mais belas do mundo. Com dicas dos amigos (mais uma vez os famosos Betão e Guta) e fuçando na internet achei um passeio meio picado mas que prometia ser muito bom: de Oslo até Myrlund de trem, de Myrlund até Flam, em outro trem, em uma estrada cheia de precipicios e túneis lindos, de barco, de Flam até GudVagen, de ônibus, descendo a estrada rodoviária mais íngrime já construída, de GudVagen até Voss, e finalmente, de trem, de Voss até Bergen.

O passeio é tão bonito que não tem como descrever ou explicar. A única e melhor coisa que eu posso fazer é sugerir a vocês que um dia, antes de morrer, o façam... custa bem menos que um fim de semana em Campos do Jordão, com certeza!





Bergen foi a concretização de um sonho. Marina que não pode faltar no roteiro dos velejadores que estão dando a volta ao mundo, essa é uma das cidades mais charmosas e acolhedoras que eu já fui. A cidade é um cartão postal... o céu azul-infinito e a noite praticamente inexistente deram um toque todo especial a viagem. Do pessoal que trabalha nos hoteis até o pessoal que vc encontra na rua, tudo é perfeito! Fiquei menos de 24 horas por lá, mas deu pra ser inesquecível!
Pra fechar, comi caranguejo no mercado de peixe à beira da baía, som ao vivo, sol de verão, e peguei o vôo de volta feliz da vida!





"Um homem precisa viajar...Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Essa frase é, mais uma vez, do famoso Amyr Klink... e se encaixa perfeitamente, em muitos momentos da nossa vida.

Sempre tive o sonho de viajar e conhecer, mas também sempre tive muito medo de que esses sonhos continuassem a ser só sonhos. Fico feliz de fazer muitos dos meus sonhos se realizarem!

Os últimos dias foram cinza, deu aquele aperto no peito tradicional... mas passou! o céu abriu a e a chuva foi embora! aproveitei e dormi, como a anos não fazia... um sábado e um domingo inteiro, só para isso... ainda sobrou tempo para fazer aquela limpeza "jumbo" na casa... dá para comer no chão do banheiro! hahaha

Um beijo pra todo mundo, uma ótima semana e tudo de bom para vocês!
Uma dica: por mais louco ou distante que possa parecer, nunca desista de um sonho... um dia eu sonhei ver o Fram de perto, e de brinde ganhei duas cidades lindas no meu passaporte! sou brasileiro e não desisto nunca!!!!




té mais!!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nada que uma latinha não resolva...

Olá pessoal!

Aqui vai.... o ator é de quinta, mas poupou a escrita!!!!!




tchau!

Só passando....

Olá pessoal, td beleza?

Só passei para dizer que por aqui está tudo show de bola, na santa paz! A semana foi tranquila, só na faculdade, tudo certinho!

Queria agradecer os comentários do Gustavo e da Mariana... meu amigo, eu é que tenho muito orgulho de todos vocês. É um prazer ter os amigos que eu tenho, em Bauru, em Araraquara, em todo lugar. Só para parafrasear o famoso Betus - "Cachorro não anda com cavalo!", então a única coisa que posso dizer é que ter amigos bons como eu tenho que me faz ter vontade de crescer e ir atrás do eu acredito!

Semana que vem tem novidade, mas eu só vou comentar quando postar, mas vai ser uma viagem e tanto! Let's go north!!!!

Vale fazer propaganda? Ô se vale...
Vai aí Joe! Shine on!



Fui galera! Té mais!!!!
Coisa pra falar não falta, mas hoje falta inspiração pra escrever... jájá ela vem!

bjo!


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Severino, platônico e navegante, sim senhor!

Olá pessoal, bom dia pro cês, boa tarde pra mim!

Aqui são 15:40, só resta eu trabalhando no departamento então decidi partir pro ócio-criativo da semana, já que está chovendo e hoje pela primeira vez - como sempre haveria de acontecer - deixei o guarda-chuva em casa.

No fim de semana vai fazer um mês que estou aqui e sinceramente esse mês voou, comparado aos meses que antecederam minha vinda pra cá. O estranho é que só agora consigo realmente raciocinar sobre tudo o que aconetceu nessa descida de rampa que foram esse últimos dois meses - um antes de eu vir e esse que eu já passei por aqui - e passar a entender um pouco melhor o impacto disso na minha vida. Acho que o post vai ser longo...

Em primeiro lugar vou falar da parte impessoal, do país que eu estou vivendo e da minha experiência profissional aqui. É muito interessante como você consegue ver muito melhor o tamanho de um buraco quando você sái dele... não que eu esteja chamando o Brasil de buraco, mas estou falando dos buracos que somos forçados a encarar todos os dias da nossa vida aí. E olhando de fora, com mais calma, fica mais simples de entender o porque desses buracos aparecerem.

Todo dia antes de dormir tenho procurado ler alguma coisa diferente, pra desligar a cabeça e aprender coisas novas. Me lembrei de uma entrevista com o Herbert Viana, dos Paralamas, aonde ele falava sobre o impacto que a leitura de Morte e Vida Severina, do João Cabral de Melo Neto, teve sobre ele quando leu essa obra depois de estar morando um tempo fora do Brasil, e decidi começar por ali... é incrível ver como "sobre"-vivemos...

"Somos muitos Severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras /suando-se muito em cima, / a de tentar despertar / terra sempre mais extinta, / a de querer arrancar / alguns roçados da cinza..."

A sensação que tenho aqui é de que a vida é tão mais fácil, não no sentido de que você pode ser um "zé moleza", mas de que suas preocupações se tornam muito menores quando você faz parte de uma cadeia aonde todos cumprem sua porção com precisão. É muito mais fácil viver se você tem segurança, se você tem o que trabalhar e se você tem a certeza de ser respeitado por fazer suas coisas pelo caminho mais correto... é muito bom viver com perspectiva, perspectiva que infelizmente é tão difícil de ser ver na nossa terra.

Daí fiquei pensando na causa dessa falta de perspectiva que vemos ao nosso redor. Pensei na culpa dos políticos, pensei no tráfico de drogas, pensei nas roubalheiras que a gente vê todo dia... nada disso, por si só, me pareceu culpa do problema. Não que isso seja "café pequeno", mas sinto que isso é apenas o fim de uma cadeia, que começa na desestruturação da famíllia e no total desinteresse, de todos (desde os que a teriam como dever até os que deveriam tê-la como direito), pela Educação. Não só educação acadêmica, mas Educação como entidade, como fator modificador do mundo e da sociedade, e, principalmente, como guia para nossa alma. Muito do que aprendi foi dentro de casa, e, se soube lidar bem com a educação acadêmica que recebi, é porque minha base havia sido bem estruturada, é porque sempre tive meus olhos voltados para o que precisava ser visto, da maneira como precisava ser visto... e isso tendo muito orgulho em dizer que minha educação foi 100% pautada no ensino público, mas Ensino Público com letra maiúscula, do tempo em que as mães íam mesmo às famosas reuniões de fim de mês, na época em que os filhos tinham medo dos castigos dos pais. Na minha modesta opinião, se nos basearmos no conceito platônico de Educação, fica fácil entender o quanto que isso nos faz falta, e de onde vem a explicação para o caminho que nosso país tem levado...

"A Educação é, portanto, a arte que se propõe este fim, a conversão da alma, e que procura os meios mais fáceis e mais eficazes de operá-la; ela não consiste em dar a vista ao órgão da alma, pois que este já o possui; mas como ele está mal disposto e não olha para onde deveria, a educação se esforça por levá-lo à boa direção." Platão. A República. 2. ed. São Paulo: Difel, 1973, p. 111

E assim sigo tentando entender o que faz um país tão rico em tudo o que tem (o Brasil) ser tão diferente dos países chamados de "ricos"...

Indo agora pro lado pessoal, estou começando a interpretar a saudade e o vazio que fica de não ter quem eu preciso perto de mim (minha namorada, meus pais, meu irmão, meus amigos...). Sinto que o mais difícil foi exatamente o momento de partir, o momento aonde o ponto mais longe em nossa jornada é o exato ponto de onde estamos saindo. No momento em que eu entrei no carro para ir para Ribeirão pegar o avião, Araraquara passou a ser o lugar mais distante que conhecia, e que gostaria de estar... tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Pensei em escrever sobre isso, mas não achei nada que explicasse melhor o que senti do que o que vou postar à seguir.

Desde pequeno tenho muita admiração por um velejador brasileiro chamado Amyr Klink. Seus livros então são um caso à parte... o tipo de livro que faz você virar a noite para terminar logo, de tão gostosa que é a leitura. Noite passada peguei para ler "Parati entre dois pólos" - livro que recomendo e muito -, e lá achei uma passagem que, melhor do que tudo, explicava o que foi esse primeiro mês para mim (não é meu interesse piratear nada, masi uma vez, todos os méritos são do autor do livro, e eu só dei um CtrlC CtrlV direto do livro para não gastar tempo digitando...):


Engraçado como nossa vida às vezes parece um navio no mar.. engraçado e bonito, muito bonito!

Semana que vem tem mais. Sabadão viajo de novo, vou encontrar meus amigos em Copenhagen, visita ilustre, o chefe está chegando!

beijo e até lá!

Fui!

ps: valeu pelos comentários de todos! É muito bom saber que vocês estão me acompanhando!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De Américo à Copenhagen, do Bonete à Malmo - sol, calor e água salgada (e fria)!





Bom dia!

Por razões óbivas não vou falar de futebol! Vou simplesmente pular essa parte!

De qualquer maneira o fim de semana foi muito bom! Primeira viagem no velho continente, você paga um trem e conhece dois países, revê dois bons amigos, toma duas cervejas grátis, assiste seu time tomar dois gols (falei que não iria falar disso...escapou!) e conhece dois pontos turísticos memoráveis - a Turning Torso e a Øresundbron.

A viagem começou na sexta pela manhã, na estação de Aarhus. Como sempre, trem pontual, confortável, tranquilo, com uma paisagem show! No fim da manhã estava em CPH, encontrei com o Beto e com a Guta (casal gente finíssima e que manja tudo de viagem, sempre com um super guia turístico na mão), e fomos para o dia, começando pelo museu e fábrica da Carlsberg, passando por um pub irlândes lotado de Holandeses para ver o jogo e terminando com um passeio próximo ao porto e aos pontos turísticos mais conhecidos de Copenhagen.

Vai andar com a camisa do Brasil o dia todo depois da eliminação da copa, vai! Tiração de sarro à parte, à noite pegamos o trem para Malmo!

Janta boa, sofá primeira classe para um sono merecido e no sabadão fizemos um tour por Malmo. Cidade bonita, que dei sorte de pegar em um lindo dia de verão. Praia bonita, água azulzinha e água gelada, MUITO GELADA!!!! mas como nadar em água quente já é comum pra gente, experimentei só pelo bem da ciência... que saudade de Ilhabela!!!!

De todo lugar que se olha dá para ver a Turning Torso, o prédio mais alto da escandinávia, com um desenho, no mínimo, diferente. Sorvete também de primeiríssimo, mas repor a andada, e estávamos de volta. O Betão e a Guta se despediram com uma bela macarronada, daquelas que só bons amigos sabem fazer (panelão, jogo rápido, mas com muita risada para acompanhar) e peguei meu caminho de volta: de ônibus até Copenhagen, passando pela incrível ponte que conecta Dinamarca e Suécia - a Øresundbron - que é uma maravilhas da engenharia que a gente vê pelo mundo. De lá de volta pro trem e meia noite de sábado para domingo estava em casa de novo... cheio de memórias boas na cabeça!

No fundo no fundo, acho que o mundo é do tamanho que a gente o desenha. E a felicidade vem de como vivemos esse mundo. Sempre aproveitei cada passeio da minha vida... as idas a Jurumirim, o náutico, Itapuí, o veleiro... quem me conhece sabe que sou empolgado com tudo! O importante é que, se estivermos de bem com a vida, de Américo à Copenhagen, do Bonete à Malmo, qualquer lugar vai ser bom e qualquer passeio vai ser inesquecível. O negócio é ter a cabeça aberta, cultivar boas amizades e tirar das costas o peso de que tudo tem que dar sempre certo. Às vezes isso acontece - e é ótimo! mas outras vezes os caminhos vão ser mudados durante o jogo, mas o fim também vai ser bom, diferente.

Para fechar dicas básicas sobre esses passeios:
1- A água do mar aqui é muito mais gelada do que parece - só entre se for para tirar foto mesmo!
2- As cervejas daqui são boas, muito boas... vale à pena visitar uma fábrica!
3- Use sempre protetor solar, senão vc fica cor de rosa, que nem eu estou.
4- Sempre, SEMPRE, leve uma camisa reserva, no caso de seu time perder!

Por hoje é só... já são nove e pouco e o cansaço pegou! Depois posto algumas fotos para ilustrar, não sei porque não estou conseguindo anexá-las aqui! Coloquei algumas no facebook então vcs podem entrar lá para ver!





Beijo grande, boa semana, e até mais!






terça-feira, 29 de junho de 2010

Pessoas são pessoas, em qualquer lugar (People are people - everywhere)

Bom dia a todos!

Bom, deixa eu por as coisas em dia por aqui, afinal faz um tempo que não escrevo nada. As fotos vão ficar pra mais tarde, pois o cabo para transferir as fotos, mais uma vez, insistiu em ficar em casa.... bons tempos quando eu atravessava a rua e estava em casa!

Primeiro, vamos falar de trabalho: so far, so good! Tudo indo de vento em popa, com bastante tempo para ler e com o primeiro trabalho nos ajustes finais. Se tudo correr bem, amanhã termino minha parte nessa primeira colaboração e posso voltar o foco pro trabalho que que trouxe do Brasil. Engraçado como aqui o tempo rende... essa história de não parar para o almoço é meio chata no começo, mas o fato de estar em casa às 16:30 todo dia é um belo benefício... principalmente agora no verão, pois fica tudo mais bonito.

Ah, outra coisa legal: agora já tenho minha identidade de residente regular, com seguro saúde e tudo. O bom é que com isso eu já pude abrir minha conta e minha bolsa deve estar à caminho - pelo menos eu espero!

Agora vamos pro resto: como tem sido a vida aqui?

Confesso que antes de vir estava com um pouco de (leia-se muito) medo... todos me falavan sobre o quão fechado os scandinavos eram.... bom, acho que até agora não estou na Escandinavia.
Semana passada tive compromisso quase todos os dias, cada dia um lugar diferente, é claro que a copa do mundo está ajudando, mas, de uma maneira ou de outra, a minha lista de amigos e amigas tem aumentado bastante. O legal é que normalmente as coisas começam cedo, lá pelas 18:00 e se estendem até mais tarde, pois está claro até meia noite, meia noite e meia.

Na quinta feira fui assistir o jogo da Dinamarca com o pessoal da faculdade. o centro da cidade estava lotado de gente com a cara pintada... a praça com telões e lotada de gente.... pena o resultado do jogo! seria legal aquela comemoração por mais uns jogos!
Na sexta -feira teve o jogo do brasil, e fui assitir em um barzinho com um pessoal de um grupo chamado Aarhus internationals, que conheci aqui na Faculdade. eles sempre se reunem para fazer alguma coisa, seja para um passeio de bicicleta, seja para ver um jogo, seja para tomar umas e outras no sábado à noite. Legal foi ver o jogo com gente da Alemanha, Inglaterra, Holanda, EUA... pessoal gente fina e na mesma barca que eu, uns a mais tempo, outros a bem mais tempo...

Voltei para a moradia e haveria a festa de despedida de dois amigos do meu andar. A festa começaria na cozinha e se estendeu pro bar da moradia. Pessoal gente fina, que deu a impressão de conhecer faz tempo. Um conselho aqui: nunca tente acompanhar um dinamarquês (ou uma dinamarquesa) na bebida! é impossível! o mais engraçado é ver que gente é gente em todo lugar! o pessoal se diverte à beça, estuda pesado, e toca a vida numa boa! tentei ir dormir cedo, mas eles decidiram bater na janela do meu quarto para me convidar pra última caixa de cerveja... convite aceito, e fiquei jogando conversa fora... conheci gente dos outros prédios da moradia e a conversa foi longe... achei estranho que o céu nunca ficava preto de vez.

No sábado, foi o dia da faxina.. casa brilhando, depois de ter achado os produtos que queria no mercado, tudo certo! O pessoal que estava indo embora me presenteou com várias coisas pra casa - sofá, abajur... e uma bicicleta por um preço camarada! tenho meu meio de transporte por aqui! (hoje - terça - consegui furar o pneu dela, mas amanhã eu estou de volta pra pista!)

No sábado à noite o pessoal da moradia decidiu fazer um jantar comunitário! depois baralho e pebolim... voltei uns 10 anos no tempo... 52 partidas sem perder no pebolim! na volta do bar pro meu apartamento, o sol já nascia... ou melhor, via a passagem do céu azul escuro pr'um alaranjado, indicativo de que o sol vinha, cheio de vontade. Sentei na janela pra ver o espetáculo e comecei a viajar na minha cabeça... people are people everywhere...

Legal ver como não existem povos fechados ou abertos, existem sim pessoas diferentes, que no fundo tem todos os medos e anseios iguais. Sei lá se isso é fruto da globalização ou da geração Y, mas a vontade de aproveitar a vida, o foco em se fazer algo diferente, os encontros e desencontros que acontecem a toda hora, a vontade de ficar uma hora a mais acordado, e depois mais 10 minutinhos dormindo, isso é sempre assim, em todo lugar!

O domingo estava ensolarado e também cheio de vontade de ter aqueles que amo ao meu lado... o peito apertou e o céu, mesmo azul, ficou feio... torci para passar logo... dormi e sonhei com a minha vida no Brasil.... acordei bem, pronto pra outra.. afinal, eu sou gente e, gente é gente, everywhere.

Té mais então!
Se cuida Holanda! 3 a 2 Brasil, fácil!

bjo!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Joga bonito!


God morgen Brazilien!

Olá pessoal! espero que tudo ótimo por aí!

A última semana foi muito boa... tenho tirado muitas fotos e no fim de semana vou postar, com os comentários!

Sexta-feira a Europa vai começar a entender o que significa "Joga Bonito"!!!! o comentarista da TV daqui, quando vai narrar algum lance do Brasil, grita, com muito sotaque ...."Go Kaka... JOGA BONITO....!!!!!" hahahaha rachei de rir.... aqui eles acham que "Joga bonito" é um tipo de cumprimento comum no Brasil.... outro dia cheguei na cozinha e tá lá "... Hello Rubens... Joga bonito!!!!" hahahahaah até explicar que em briga de saci não tem rasteira, demorou ! mas foi engraçado!

Então sexta é isso: Joga bonito!
té mais então! fui!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Aniversário - Céu azul, sonhos realizados e saudade!

Boa tarde!

Já faz 29 anos que nunca chove em um 16 de junho! Pelo menos na cidade aonde eu estou! O céu azul e a temperatura aqui em Aarhus hoje foram decerto um belo de um presente.
Deu até para lembrar dos vários 16 de junho quando eu subia correndo à pé da escola para ver o que minha bisavó havia feito na visista especial que ela me fazia todo aniversário... deu até para sentir o cheiro do forno!!!!

Comecei o dia com uma bela xícara de chocolate quente e uma fatia de queijo. Consegui acertar no mercado para comprar manteiga sem sal
(usaltet smør) e queijo suíço (que custa R$ 3,60 kg!!!!), e fiz um belo dum sanduíche para levar para o almoço e, às 7:25 estava lá esperando o ônibus para o meu primeiro dia de trabalho! O ônibus deveria passar às 7:27.... e passou! Ninguém vai de pé, e exatos 25 minutos depois eu estava na Faculdade... com meia hora de antecedência. Fiquei na porta fazendo cera para não chegar tão cedo e um dos professores me conheceu da minha foto (desenho) do Skype. Daí já fui convidado a entrar, tomei um café e pronto, vamos começar!

Tive a sorte de estudar em lugares sempre muito bons, então, sem hipocrisia e com muita honestidade, a faculdade é bem parecida à nossa. Detalhe: nossa clínica é muito melhor e mais bem equipada. O departamento no qual eu estou é um caso à parte, devido ao investimento que possui, então já fui levado à minha sala (vou ter uma sala, no quarto andar, com computador, mesa, internet, impressora, tudo!!!!), que é uma biblioteca desativada que foi transformada em três salas. Vista linda, tudo certo, fui conhecer os demais funcionários e começar a falar de trabalho. O resultado da primeira tomografia impressionou (muito), então creio que vai valer à pena mesmo! Na sexta tenho uma reunião com o chefe da periodontoa daqui, pois vou fazer um outro trabalho de pesquisa por aqui! vamos ver o que vão me oferecer!

Eles tem um conceito de trabalho bem legal por aqui, chamado de KISS - Keep it stupidly simple (mantenha tudo o mais simples possível). Vai ser bom se acostumar com isso!

Sem parar para o almoço, as 4 e meia comi meu sanduba e fui embora... passei pelo centro da cidade para fazer meu passe mensal de ônibus - R$ 90,00 para andar à vontade o mês todo... com o conforto do ônibus daqui, vale muito à pena!

Na volta do centro, fiquei pensando mais uma vez sobre tudo o que passei para estar sentado ali, naquele banco de ônibus, voltando da faculdade para casa... me lembrei das idas à pé pro Santa Maria, do busão pro CTI, do ônibus pro Câmpus, da facilidade que é morar no Mario de Andrade... pensei também na loucura que foi rodar 10 mil km para estar aqui, e, ao mesmo tempo, na loucura que foi estudar tanto tempo para estar aqui.... e pensei na distância, e no fato de estar sozinho aqui no dia do meu aniversário...

Por incrível que pareça, até agora não consegui perceber a distância e, até agora, não consegui me sentir sozinho. Distância e solidão são coisas que existem na nossa cabeça. Você pode morar ao lado de uma pessoa não estar próximo à ela. Você pode estar rodeado por centenas de pessoas, mas se sentir isolado. Eu me sinto tão próximo e tão junto de todos que eu amo que, até agora, não fosse o idioma e as pessoas "esquisitas" que eu vejo na rua, eu poderia imaginar até estar chegando em casa, para comer a velha "pomba" de pão caseiro...

A única distância irremediável é o medo de ultrapassar obstáculos. A única solidão verdadeira é a hipocrisia e o apego ao material. O resto, e com a gente!

té mais então!

Rubão

domingo, 13 de junho de 2010

Cheguei!

lá à todos!

Depois de mais de 26 horas de viagem, somando da hora que saí de casa até a hora que cheguei ao aeroporto de Aarhus, finalmente estou aqui!

A viagem foi tranquila, muito tranquila. Desde Ribeirão até Aarhus, sem nenhum imprevisto, tudo super certo. Na chegada, fiquei na casa da professora, fui à uma festa "junina" bem diferente: é uma festa de verão, mas estava chovendo e frio.... os mais velhos bebendo mais que os mais novos, e o pior: eu não conseguia entender uma palavra! Mas como eu estava morrendo de sono, valeu! Cachorro magro, comi, ri, e fui embora! já eram quase meia noite por aqui e o céu ainda estava claro... estranho!

Hoje vim pra minha moradia temporária.... muito legal também! no final do post, coloquei os vídeos daqui.

Difícil mesmo foi dizer tchau. A sensação de nó no peito nunca foi tão grande. A vontade de chorar foi tão grande que nem isso eu consegui fazer direito... mas ir com data para voltar ajuda! depois escrevo com mais calma sobre isso, mas, só para resumir, é nesses momentos que vemos como temos que valorizar a presença dos que amamos ao nosso redor...

A primeira palavra que aprendi por aqui: Skol! significa "Saúde!!!!" .... é como eles brindam por aqui... e pelo que eu vi, aos fins de semana eles fazem isso bastante!

Amanhã corro atrás dos meus documentos e papéis... trabalho só na quarta, às 8:30!
Até lá, vou ver se conheço um pouco mais daqui!

Aqui são 21:30 agora, o tempo está claro, céu azul e sem sinais de escurecer. Parece umas 16:30 em Araraquara em Junho! vamos ver que horas eu consigo dormir - as 5 horas de diferença ainda estão me perseguindo!


Abraço grande e até mais!

Rubão


sábado, 1 de maio de 2010

Antes de partir

De Araraquara até Aarhus são mais de 10.000 km.

Partindo da premissa que eu estudo desde os 7 anos de idade, foram também umas 30 mil horas de estudo até chegar lá (ou aqui, dependendo do momento em que isso for lido).

Tudo isso para que eu tenha 250 dias para estudar, me aprimorar, conhecer uma nova cultura, e, claro, me conhecer um pouco mais.

Ou seja, eu estudei em média 120 horas, e viajei 40 km, para cada dia que eu ficar por lá.

Se o dia estiver lindo, se eu estiver suportando bem a saudade, se o artigo estiver quase pronto.... serão horas de estudo válidas e kms muito bem rodados.


Se a neve estiver alta, se a saudade estiver me matando, se o trabalho desestimular.... serão essas horas e kms que me farão dar valor ao que eu estou fazendo e esperar por um novo dia.

De uma maneira ou de outra, até agora eu estava na parte da montanha-russa aonde se podia usar o freio. Agora vem a grande descida. Eu poderia fechar os olhos e me encolher. Eu vou abri-los bem, respirar fundo e aproveitar cada segundo.

E eu sei que só essa descida poderia me dar impulso para subir mais!



Vou tentar postar aqui minhas fotos, minhas jornadas, meus erros, meus acertos... espero que gostem de acompanhar.